Bem-vindos estimados leitores à terceira edição das minhas digitações semanais, Os Dogmas da Vida, regressam como prometido hoje, com uma nova temática que tentarei explorar e defender o meu ponto de vista acerca da mesma no restante texto.


Sem uma fonte que seja (pelo menos no que à lógica diz respeito) explicável, e inspiração brota o seu doce néctar nas ocasiões menos esperadas. Como tal, e assim sem que nenhuma cadeia causal tenha entrado determinantemente no processo, hoje apetece-me escrever acerca da maior e mais conhecida série de sempre, algo que até os mais longínquos habitantes deste nosso planeta conhecem, a famosa série em cartoon cujas já míticas personagens são representativas da cor amarelo: falo como é claro de Os Simpsons.

Começando por uma pequena introdução de carácter teórico, e fazendo uma curta sinopse, Os Simpsons são uma série de origem americana, que se principiou nas lides de transmissão televisiva em 1989. Inicialmente o projecto-piloto era constituído por segmentos de 30 segundos, inseridos dentro de um talkshow, mas com a aceitação do público em geral, em 1990 recebeu honrosamente o título de série televisiva, passando, como é óbvio, a usufruir dos legais 30 minutos de rodagem. O seu criador, Matt Groening, foi um dos pioneiros do actual século no que à nova sátira social diz respeito, o que contribuiu para o enorme sucesso e esplendor que a série exibe constantemente desde o seu ano de criação, episódio após episódio. A série tem ao todo, 422 episódios e 20 temporadas, e é o programa em exibição em terras do Tio Sam mais antigo. Já recebeu numerosos prémios no que ao cariz televisivo diz respeito, e actualmente exerce uma vivência não só na sociedade americana, como em todo o mundo, que chega mesma a assumir uma faceta medonha.



Mas qual o segredo do seu sucesso? É esta a questão que paira nas mentes das legiões de milhões de fãs pelo globo espalhados. A resposta necessita de um desenvolvimento de alguns parâmetros.

Em primeiro lugar a série assumiu-se na altura certa. A sua criação foi simplesmente perfeita, na década exacta, para ser mais preciso. Com a revolução social que se vinha levando a cabo ao longo dos anos 90, com os novos ideais e uma juventude a ter papel activo nas decisões urbanas, uma série que ironizasse os defeitos sociais era tão apetecível como uma musica ao som da guitarra de Kurt Cobain. Ambas assumiam um papel de ambrósia divinal, arrisco-me sinceramente a declarar.

Seguidamente o projecto foi levado a cabo como devia de ser, tendo em conta a opinião das massas. Cresceu gradualmente, começando com segmentos de 30 segundos, até aos de 30 minutos. Tudo foi tido em conta neste constante processo de evolução, até mesmo a gravidade da própria sátira. Quero eu com isto dizer que, a série não começou logo a ironizar tudo e todos de uma maneira menos propícia à boa educação, como vemos muitas vezes actualmente. Simplesmente foi alargando os seus mais variados horizontes à medida que o tempo ia avançando até chegar a um patamar de estabilidade que efectivamente lhe permitisse dar o próximo passo com segurança.

A criação de uma família foi uma ideia que teve na origem o já habitual brilhantismo. O estereótipo que cada um trazia consigo, criando uma personagem base, sacava momentos de humorismo de grande nível baseados em antagonismos. Por exemplo, o perfil de burro e preguiçoso de Hommer contrastava na perfeição com o de mulher trabalhadora e esforçada de Marge. A rebeldia e ousadia de Bart contrastava com a inteligência e mentalidade de Lisa. E todos os factores humorísticos nasciam destas mesmas diferenças, em que cada espectador se encontrava ou numa personagem, ou num pouco de todas, o que anda atribuía uma aura de brilhantismo maior à serie.




E com o sucesso as jogadas empresariais ainda ajudaram na fixação quase eterna da série na sociedade americana. A publicidade que era feita em torno de cada uma das personagens, as suas expressões (o Doh de Hommer pertence aos novos dicionários Oxford), de mão dada com os prémios que iam arrecadando iam subindo progressivamente a série no patamar cultural.

A música inicial, que embora simples, fica no ouvido depois de duas décadas de existência, o facto de não ser cantada e as peripécias que foram diferentes em 422 episódios, sempre que a família amarela se sentava no sofá, funcionaram como imagem de marca.

Para findar a nobre inclusão de personagens famosas da sociedade, ironizando a própria personalidade ou o seu ramos profissional, foi também uma jogada deveras boa, pois é um factor que geralmente atrai o público em geral.

Claro que a partir desta mítica série se tentaram sempre construir outras, mesmo no formato cartoon, como é o caso de American Dad ou Family Guy, mas nenhuma chega à excelência da primeira, por um simplesmente e menosprezado factor: a calma. Estes dois projectos supracitados, tiverem, como dita a gíria, mais olhos do que barriga, e quiseram partir do mesmo estereótipo de uma normal família americana. Até aqui tudo bem, mas o passo começa a ser maior do que a perna quando nas primeiras séries começam a ironizar perdendo por vezes o bom senso e a educação e mesmo a nexo lógico da série. Personagens que morrem e no próximo episódio estão vivas, papeis que se desenrolam de duas maneiras, enfim um conjunto de situações que tira o sentido a qualquer série, e quando a inovação não é conseguida, ou é aceitada, ou revogada para segundo plano, como tem vindo a acontecer.


Felizmente a qualidade e nostalgia que cada espectador tem ao assistir a mais um episódio da família amarela, teima em durar. E assim será provavelmente daqui a mais anos.

Espero sinceramente, que daqui a 20 anos veja a 40ª temporada (quem sabe até mais) da série do século. Porque geralmente, quando se têm qualidade, muito dificilmente esta se perde.

O Prodígio
Knuckles

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Thanks!

Blogger João Lopes disse:
The Simpsons *.*
Adoro eles completamente.
O texto está bom, a última parte diz o porquê de nada ser igual aos Simpsons, ou melhor, ao sucesso dos mesmos.

Obrigado por mais um texto Daniel ;)
29 de julho de 2009 às 00:35  
Blogger Guakjas disse:
Os Simpsons
Série de culto
Que marca e marcará gerações e gerações
Que será eterna!

Uma série fantástica cheia de humor sarcástico...que mais poderei eu dizer?
Amo, Venero, Bebo, Sinto, Quero, Glorifico Os Simpsons

Mais um bom texto Danny!
Parabéns ;)
29 de julho de 2009 às 01:11  
Blogger Menaia disse:
Os Simpsons são intemporais, marcaram e continuam a marcar gerações, é daquelas séries que tanto cativam miúdos como graúdos... Felizmente que ainda estão para durar, é das minhas séries favoritas. Caracterizam na perfeição a sociedade americana!

Bom texto.

Fiquem bem.
29 de julho de 2009 às 11:15