Repentinamente o despertador tocou. Numa situação usual, a resposta irreflectida a tal situação, seria rebolar-me preguiçosamente no confortável leito dos lençóis e permanecer mergulhado num sono profundo e desprovido de sonhos. Mas essa não era uma situação comum.

Havia algo mais e uma ideia teimosa insistia incessantemente em me fazer erguer. Não resisti. Ergui-me, satisfeito, feliz com a minha existência despreocupada.

Despachei-me o mais rápido que me foi possível.

Abandonei a frescura matinal do lar e senti a brisa abafada que corria nas ruas colhidas pelo tempo de verão.

Dirigi-me ao local que tão bem conhecia. Sabia o que tinha a fazer.

Entrei a fundo sem mirar o que ficava para trás, ciente da importância dos meus passos. Mal avistei a porta da secretaria do estabelecimento de ensino, percebi que teria de aguardar por uma oportunidade de me ver atendido, numa fila de proporções consideráveis.

Durante sensivelmente 20 minuto, esperei pacientemente. Após esse considerável periodo, a minha vez chegou.

Deparei-me então com uma prestável senhora dos seus 50 anos. Preconizei o meu pedido. Ela, por seu turno, encaminhou-me para a papelaria, local onde deveria de adquirir um pequeno formulário.

Adquiri-o, preenchi-o e, por fim, dirigi-me novamente à secretaria.

A senhora que havia tomado por prestável recebeu o meu pedido de certificado de habilitações que me iria permitir, postumamente, candidatar-me ao ensino superior. Mirou-o rapidamente e acedeu ao facto de que tudo se encontrava devidamente preenchido.

Tentei esclarecer-me. O que se iria passar após lhe entregar aquele breve formulário?

Segundo a sua boa conversa, esse documento teria de ser aprovado como válido e então aí poderia servir-me dele, para a minha candidatura. Da forma aterefada com que a senhora se dirigiu a mim, tomei o processo por moroso.

Interroguei-a, no âmbito de descobrir quando poderia ir buscar aquele papel. Segundo si, na tarde seguinte, embora não me prometesse que esse já estivesse pronto, tal a quantidade extenuante de trabalho que se fazia sentir.

Compreendi. Pedi então um extracto da minha média.

Num gesto súbito de despacho a senhora entoa um enérgico – Oh! Para isso despachamos já tudo!

Passados cinco minutos. Tinha nas mãos não só o extracto da minha média (bastante razoável por sinal), como também o raio do formulário de certificação de habilitações que me permitirá concorrer ao ensino superior.

No fim de contas, aquele que havia tomado por um demorado e extenuante processo, pouco mais era do que carimbar o documento comprovativo de que terminei a minha passagem pelo ensino secundário com sucesso.

Saí dali despachado e pronto para tentar a minha sorte no caprichoso mundo universitário.

Todavia, a minha vida alterou-se drasticamente e ainda hoje vivo com os penosos remorsos de naquela inglória manhã, ter literalmente forçado a funcionária a resolver em minutos, uma problemática que, segundo a sua conversa inicial, podia demorar dias.

Quem sabe, após ter sujeitado a senhora a tão dura e complexa tarefa num dia que se avizinhava recheado de azáfama, se não a conduzi a um muito possível esgotamento nervoso...

É este o triste estado dos serviços públicos, em Portugal. Tirem daqui as vossas ilações e, pelo sim pelo não, comecem a utilizar sacos do "mini-preço", parece que ajuda, quando se ambiciona descomplicar tarefas que, a príncipio, se avizinhavam como dignas de Hércules, tal é o grau de preguiça de quem a deveria de realizar rapidamente e sem tentativas reles de complicar a vida do consumidor, cliente, cidadão ou, neste caso específico, estudante.


E assim termino a minha estreia neste novo projecto, bem sei que o texto está uma merda desinteressante, mas foi o que arranjou (Napster, tu é que me “contrataste”, agora aguenta-te, pah! :P)

Fiquem bem;)

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É só para dizer para quando comentarem, não insultarem ninguém (a não ser que tenham razão :D), não fazer Pub., e principalmente não desiludir a vossa mãe, e ser bem-educado ;)
(Ou podes também fazer o contrário de tudo, mas arriscas-te a ver o teu comentário apagado! :D)
Vá agora deixa-te de merdas e comenta! ;)
Thanks!

Blogger João Lopes disse:
Ah ok.. então pela lógica da senhora, já que dava trabalho dar-te o extracto, mas se o tinha que fazer, então fazia logo tudo...
Sinceramente, mas que bela lógica -.-''

Gostei do texto, e se queres que te diga, fiquei com sede de mais logo no inicio do mesmo. No fim a sede já havia terminado.

Sê bem-vindo ao "TaL" boa estadia e espero que gostes.
Fica bem ;)

E não não estava desinteressante, e não não está uma merda eu gostei, e gostei mesmo não tou a dizer só pra fazer o jeito.
12 de julho de 2009 às 04:07  
Blogger Knuckles disse:
Excelente artigo.
Infelizmente os serviços públicos do nosso país são assim mesmo, e depois quando se lhes dão um corte orçamental, bora lá fazer greve... Como se já não a realizassem diariamente.
Obviamente que existem as possivelmente muitas excepcções, mas é deplorável andar pelos corredores de uma escola e ver funcionárias a arranjar a unhas ou a ler a revista Maria. E então a nível de organismos internos nem se fala...
Mas enfim, é a realidade que temos, e cabe-nos a nós, nova geração, tentar mudar isso ;)
12 de julho de 2009 às 15:01  
Blogger GhostRider disse:
Muito bom.
É como o Knuckles diz, só nos cabe a nós mudar isto.
12 de julho de 2009 às 15:02  
Blogger Menaia disse:
Concordo.

É verdade, estes serviços públicos estão uma merda a cada dia que passa. Começam com burocracias de meia-tigela, que faz e que acontece, com situações que podem demorar muito tempo (dizem eles)... quando coisas que se podem fazer em meros minutos. O que falta a essa gente é a vontade de trabalhar... Querem um emprego mas não querem um trabalho!

Ah, e outra coisa frequente que acontece... São os erros informáticos, curioso (isso por exemplo, é o pão nosso da Segurança Social, é só verem as notícias).

E cabe aos mais novos alterarem isso, é verdade.

Parabéns, gostei do tema do artigo. Bem vindo ao "TaL" :)
12 de julho de 2009 às 15:52  
Blogger Guakjas disse:
Bom é a primeira vez que comento aqui no TaL e espero que me saia alguma coisa de jeito :P

Bom de facto concordo inteiramente com o Knuckles.
Os serviços públicos não são de facto os melhores e ainda por cima os "gaijos" queixam-se da boa vida! Quem sofre? Nós! Simples cidadãos, que temos que levar com a má disposição daqueles sujeitos!

Por falar em "Maria" na escola que frequento, muitas vezes acontece-me ir pedir giz às funcionárias...
"Queria uns paus de giz" - digo eu.





(momento de espera consideravel)





"Olhe desculpe pode-me dois paus de giz?!"




"O que queres tu, rapaz? Não vês que estou ocupada..."

(vocês sabem a fazer o quê!)


Enfim -.-´

Abraço...bom texto ;)
12 de julho de 2009 às 16:21