Desculpem vir tarde falar desta cimeira pois ela já acabou faz algum tempo, mas mas vale tarde do que nunca, visto esta conferência ter sido dita como uma das mais importantes para o futuro da Humanidade!

Bem, para começar deixo-vos aqui um link para que melhor possam perceber a Cimeira de Copenhaga: http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=390733


A cimeira de Copenhaga foi, como, aliás, já era expectável, um fracasso. Ninguém minimamente consciente pode sentir-se satisfeito com os resultados alcançados na capital dinamarquesa. A sociedade civil clamava por uma posição firme por parte dos estados, principalmente dos países desenvolvidos e das potências emergentes, como o Brasil, a Índia e a China. Conceituados ecologistas avisavam que as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera tinham que ser drasticamente reduzidas, se é que queríamos minorar as consequências do, já inevitável, aquecimento global sobre todos os ecossistemas. Era fulcral balizar as taxas de emissão de gases de efeito de estufa para cada país. Pedia-se um apoio substancial para os países em desenvolvimento iniciarem projectos de incremento da auto-suficiência energética, a partir de energias renováveis. Sabia-se que se tinham de tomar medidas firmes, que tinha de ser traçado um rumo para o futuro e que o ambiente não estagna nem pára em função dos caprichos de alguns que, por algum desígnio divino, acham que têm o direito de destruir o que é de todos - o planeta. Como alguém dizia, "o ambiente gritava por uma solução". Tudo isto era sabido. Mas nada disto foi feito. A cimeira foi um desastre. Não melhorou nada. Aliás, as emissões de dióxido de carbono que os 193 líderes mundiais e respectivas comitivas emitiram, em toda a logística adjacente à cimeira, foram completamente inúteis. Para isto, mas valia ficarem em casa, pelo menos não poluíam mais.


O egoísmo voltou a sobrepor-se ao interesse comum. Só que, desta vez, a situação do nosso planeta não é, de todo, compatível com a teimosia de países que teimam em não ceder ao bem global em detrimento das conveniências particulares. Decerto que a crise económico-financeira e social terá sido preponderante para não se ter ido mais além. Mas alguma coisa interessará se não houver planeta? Sinceramente, creio que não. Esta cimeira vai ficar nos compêndios de História como uma indesmentível nulidade no combate às alterações climáticas.

O que se fez não foi mais do que um esquisso de acordo, elaborado pelos Estados Unidos e pela China por outros países, como o Brasil, a Índia, a África do Sul e com uma estranha espectadora chamada União Europeia a assistir a tudo impávida e serena. O acordo feito à pressa na ânsia de encontrar algo que disfarçasse o indesmentível fracasso daquela reunião servirá para pouco mais do que nada (ver acordo aqui). A resolução chegada limita-se a estabelecer metas mínimas e perfeitamente inconsequentes que, em termos práticos, são iguais a zero. O acordo conseguido nesta cimeira foi no mínimo ridículo (vejam o link acima e já percebem!)

Não posso ainda deixar de ficar estupefacto quando ouço alguns optimistas tecerem comentários completamente irresponsáveis ao resultado daquela cimeira. Sejamos realistas. Temos que perceber que não é momento para nos contentarmos com a vacuidade de meras manifestações de intenções e boa vontade. Precisámos de acções. As calotes não deixam de se extinguir pelo facto de nós estarmos conscientes que o aquecimento global é grave. Só actos práticos podem salvar o planeta. Chega de andar com aforismos na boca: está na hora de os pôr em prática. Não se pode pedir ao povo que recicle e que reutilize, enquanto que os líderes mundiais, em vez de darem o exemplo, limitam-se a olhar para o lado e a esperar que "isto"passe.

Felizmente (ou não) as negociações para um eventual tratado prosseguirão em Bona, na Alemanha... Vamos ver o que sairá daqui...

PS: Agradecimento ao administrador do blogue Interjeições pelas linhas gerais do texto.

Guakjas

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