In V for Vendetta, 2005.

Mas nos dias de hoje ninguém sequer se preocupa com ideias. São mais as acções de cabeça vazias que predominam na sociedade. Tomem por partido a juventude de hoje em dia. Onde vai ela parar pelo andar deste comboio? Eu posso responder que neste momento o comboio atravessa um túnel de escuridão, onde como estes nossos jovens, parecem andar às escuras. É interessante ver a diferença que se passa de uma geração para a outra. Pronto, eu sei que os tempos e o contexto são bastante diferentes, mas onde numa geração se trabalhava de sol a sol nos campos, agora basta um simples jogo numa rede social para vir apagar os costumes de outrora. Nada é mais o que foi.

Este geração encontra-se sem bússola. Esperam, despreocupados com a vida, vivendo pelo convívio, pelas drogas, pelas saídas à noite, pela aparência etc. Nada mais importa. Parece que já ninguém tem objectivos de vida, e o panorama actual do País leva-nos a crer isso também, mas quando outrora era a vocação que contava, agora conta o que tem mais saída. Portanto um dia mais tarde, este país estará cheio de determinados profissionais numa área, e nas outras será mais escasso que encontrar água num deserto. Mas parece que nem se preocupam. A vida não lhes custa como custava antigamente. Hoje em dia, cai tudo do céu. Para quê preocuparmo-nos se os nossos progenitores me garantem entrada em Universidade A ou B? De certeza que percebem onde quero chegar.

Claro que a vida tem de ser vivida com animação e alegria. Mas tudo dentro de limites. Existe neste país um acesso a tudo e mais alguma coisa de uma maneira tão fácil e desbarata que leva os miúdos de hoje em dia, já na casa dos 14 anos, a consumirem bebidas alcoólicas e drogas. Um caso interessante de se ver, aconteceu comigo esta semana, quando uma miúda com os seus 13 anos mandou uma mensagem a um amigo meu a perguntar se queria ter relações sexuais. Lá diz o ditado que ‘é de pequenino que se torce o pepino’, mas vamos lá a ter calma menina, é uma frase no sentido figurado….

O que interessa acima de tudo é parecer bem. Estar na moda. Usar as roupas de marca, os ténis de ultima geração e cair nas graças de um grupo. E formam-se bastantes grupos, hoje em dia. Quando toda uma sociedade devia dar-se bem, os preconceitos sim são coisa do passado, cada vez mais são rotulados e criam-se problemas onde não existem. E se uma pessoa não tem dinheiro para ténis de marca? Para comprar o telemóvel topo de gama? É assim tão monstro que não se possa falar? É a realidade a que eu assisto hoje em dia.

Mas o importante, e que nem tudo se resume a bens materiais. As pessoas são muito mais que uma peça de roupa ou um acessório. E por vezes, as pessoas que apontam o dedo, deveriam por um minuto pensar nelas por um bocado. Afinal, o que ela tem a mais que a outra é só uma peça de roupa ou um acessório caro, e vá menos inteligência também. Todo este cenário, aos meus olhos, é um cenário triste. Podem chamar-me antiquado mas eu sou uma pessoa que preza e bastante as tradições do passado. Isto também depende das pessoas, e do meio onde crescem e são educados, e uma coisa que eu agradeço é ter sido ensinado a pensar por mim mesmo e não seguir-me pelo que a ou b dizem.

Sou uma pessoa que preza ler um bom livro, ir a um concerto, ver um bom filme. Muita gente hoje em dia não é assim. Adoro ouvir música boa, coisa que nos dias que correm também não existe, e quando digo música boa, refiro-me a grandes bandas dos anos 80/90. Muita gente hoje em dia não conhece sequer quem são essas bandas/artistas. Limitam-se a ouvir aqueles barulhos provenientes das discotecas. Não são capazes de apreciar arte, e a única coisa que lêem são as mensagens dos seus telemóveis todas pessimamente escritas.

E no fim de tudo o que resta para amanhã? Uma mão na cabeça. Uma mão que é levada à consciência quando tudo é tarde de mais, quando se vê que quando havia a oportunidade, as prioridades eram outras e agora não há volta a dar. Quando deviam ter sido preocupados foram desleixados. As tradições permanecem, com aqueles que as sabem estimar e guardar, pois ainda existe muito boa gente que se diferencia da reles.

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