Desde já queria ressalvar que sendo tantas as vezes que me manifesto em relação a este tema, queria referir que nada tenho contra os professores. Pelo contrário, penso que são um dos pilares do país porque é por eles que passa toda a população nacional, e são estes que transmitem algo de muito útil a todos nós - a Educação!

Contudo, acho que "O Professor" deveria ter um enorme peso na sociedade como tinha antigamente e isso já não acontece muito por culpa de alguns governos, mas principalmente pelo sindicalismo radical que agora é tomado. Parece que desde há algum tempo para cá, esta excelente classe "bebeu o veneno" que os sindicatos lhe deram e seguiram um caminho que leva cada vez mais ao seu descrédito na opinião pública.

Não é normal, uma classe destas escrever ou proferir impropérios à Ministra da Educação como aqueles que foram feitos. Que autoridade terá um professor quando exigir respeito aos seus alunos?

Como cidadãos e profissionais, têm todo o direito a manifestarem-se, a exigirem melhores condições de trabalho e tudo o que achem que está a ser injusto, mas se repararmos e se fizermos a análise, tal como foi feita pelos jornalistas da SIC, que passarei a citar, podemos reparar que os sindicatos conseguiram tudo aquilo a que se propunham!

1 - Os sindicatos queriam que os professores não tivessem qualquer tipo de limitação no acesso ao topo da carreira. Tanto andaram que, no final, os interesses dos professores foram defendidos!

2 - Não tinha sentido, a migração anual de professores contratados para, por vezes, conseguirem mais um horário incompleto. Tanto andaram que, no final, os interesses dos professores foram defendidos!

3 - Queriam que o tempo de trabalho dos professores contratados contasse para efeitos de subsídio de desemprego. Tanto andaram que, no final, os interesses dos professores foram defendidos!

4 - Não queriam ser avaliados (sim, esta é a verdade!). Tanto andaram que, no final, os interesses dos professores foram defendidos!

Reconheço que concordo com muitas destas exigências, mas também muitas coisas há a apontar e peço as mais sinceras desculpas se digo alguma barbaridade. Contudo, a opinião pública (mal ou bem informada) questiona-se acerca do ridículo que é o horário-zero, o mês de Junho e Julho de "prevenção" a que estão sujeitos (leia-se… de férias, uma vez que só vão um par de vezes à escola nesses meses), as 22 horas de trabalho semanal sendo que o restante pode ser para corrigir testes em casa sentado no sofá, as explicações dadas nos mais variados centros de formação durante as horas que supostamente seriam para corrigir testes ou a preparar as próximas aulas.

Perante todas estas vitórias fabulosas dos sindicatos eu pergunto: E os interesses dos alunos? Que fizeram pelos alunos os sindicatos que diariamente reúnem com o Ministério da Educação?

1 - Faz sentido a burocracia que se torna a substituição de um professor? Já pensaram em propor alguma coisa no Ministério para evitar isto?

2 - Faz sentido as trocas que se fazem de horários para fazer a vontade a um núcleo restrito de experientes professores? Faz sentido os professores mais jovens e inexperientes ficarem com as turmas mais complicadas e com os piores horários?

3 - Faz sentido o Ministério acabar com as provas de recuperação dos alunos com excesso de faltas, só para libertar os professores de terem que corrigir mais exames?

Tudo isto pode não fazer sentido, mas se repararem o interesse dos professores é sempre defendido. Parabéns sindicatos.

É pena não vermos estes sindicatos defenderem com o mesmo vigor o interesse dos alunos! De certo que iríamos ter um ensino melhor…

Até para a semana…

Visconde d´Alentém

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