Caros concidadãos…

Na crónica desta semana, gostava de vos apresentar três casos gritantes, que provam que a Justiça neste País está completamente virada do avesso.

Estes casos são certamente conhecidos de todos e muitos mais exemplos haveria para escrever, mas estes são apenas alguns dos que mais me chamaram a atenção, não só pela ligação a Lousada, mas acima de tudo pela discrepância entre as sentenças e os factos que ficaram provados em tribunal.

A 9 de Março de 2010, o Tribunal do Fundão condenou a três anos e oito meses de prisão, com pena suspensa por igual período, uma mulher acusada de ter queimado um filho de dois anos com um ferro de engomar. Ficaram provados todos os factos da acusação, nomeadamente as queimaduras provocadas no filho e ainda agressões físicas e psicológicas provocadas sobre a criança e a irmã.

A 19 de Março de 2010, Júlio Costa, o homem que estava acusado de se ter passado por médico durante vários anos, foi condenado pelos crimes de usurpação de funções e tráfico de estupefacientes a três anos de prisão. Esta pena ficará, decretou o colectivo do Tribunal de Lousada, suspensa por igual período de tempo.

Também Ricardo Sobrinho, o médico espanhol igualmente arguido neste processo, foi considerado cúmplice no crime de usurpação de funções e condenado a oito meses de prisão, pena que ficará, de igual modo, suspensa. Durante a leitura do acórdão, a presidente do colectivo de juízes, justificou a suspensão das penas de prisão com o facto de ambos os arguidos estarem bem integrados na sociedade.

A 12 de Março de 2010, dois casais, com laços familiares entre si, foram condenados por roubar homens que atraíam para locais ermos com promessas de encontros sexuais, com penas de prisão entre os três anos e seis meses e os cinco anos. No entanto, estas penas, decretou o colectivo de juízes do Tribunal de Lousada, ficam suspensas por igual período de tempo. O "Tribunal entende que é preciso fazer tudo o que está ao seu alcance para integrá-los", justificou a juíza presidente.

Mas que País é este? Que Justiça é esta? Integrar na sociedade? Será que vão distribuir fotografias destas personagens pelos jornais, como forma de prevenir os mais distraídos para possíveis golpadas futuras?

E se a senhora do ferro de engomar se candidatar a um emprego numa creche?

E as vitimas dos sequestros? Vão ser indemnizadas?

Será que o falso médico continuará a dar consultas em Lousada ou noutro qualquer lugar deste país?

O problema mais grave de tudo isto, não é o prevaricador em si, mas sim a própria Justiça. O crime cada vez mais compensa para aqueles que não têm o mínimo de decência moral.

Todos estes casos têm um denominador comum - a integração na sociedade. É necessário ter em conta que se há coisa em que todos eles estão perfeitamente à vontade é na nossa sociedade, porque tiveram a lata e o descaramento de cometer crimes e agora têm uma bonita e agradável surpresa do nosso sistema judicial. Penas suspensas!

Assim, vamos todos ajudar estes nossos amigos. Vamos acolhê-los nos nossos concelhos e nas nossas cidades e deixá-los roubar, agredir e maltratar. Vamos aos seus novos consultórios para nos receitarem algo sem qualquer tipo de credibilidade e conhecimento. Vamos continuar a deixar crianças inocentes conviverem com pessoas desequilibradas e que lhes querem mal. Vamos continuar a viver num clima de insegurança, com medo de sair à rua e de estar no sítio errado à hora errada.

Mas já sabem. É tudo por uma boa causa. Temos que integrá-los na sociedade e continuarmos a permitir que cometam crimes e se escapem impunemente.

Até para a semana…

Etiquetas: Guakjas, Visconde d´Alentém