"Carpe Diem"

Faço uma breve introspecção e dou por mim a viver o futuro. Faço planos com avanço, procuro sempre planear os meus passos cuidadosamente para não correr o risco de encontrar problemas de agenda. Subitamente, e sem qualquer aviso, começo a compreender que o planeamento do amanhã apenas nos vai trazer complicações e sofrimentos no hoje, no dia que era suposto ser vivido. Denoto que os planos podem sair gorados, os momentos compreendidos podem terminar em alvoroço, "viver o momento" deixa de fazer sentido se este não acontecer. Bem-vindos ao meu passado, um local de tormento pelos erros planeados.

Voltei, apercebi-me que não posso estar sempre a delimitar as minhas actividades com base em ocorrências futuras. Passei à acção, comecei a "aproveitar o dia" vivendo aquele momento de glória. Cada momento passou a ser único, apreciei verdadeiramente o que é sentir a vida e não desfrutar a mesma por antecipação. Tudo é mais poderoso, tudo se torna mais importante quando o estamos a saborear pela primeira vez. Levantei a moral, comecei a perseguir os meus interesses. Assim continuo a viver o meu dia, sem pensar no amanhã. Assim encontrei quem me faz feliz, assim tenho passados os meus dias, a aproveitar cada um dos momentos que tenho como se fosse o último, pelo menos na sua companhia.


"Terra firma", procuro estar sempre com os pés bem assentes no chão. Não me quero perder de novo nestes caminhos sinuosos, quero apenas continuar o meu passeio pelas margens de um oceano livre, contigo a meu lado, vivendo cada momento, apreciando o por do sol da vida enquanto há tempo para a viver.

"Tempo"

Tempo, algo incessante, algo que conta uma história a cada "tic" de um relógio incerto. Certo vilipêndio recai sobre ele, contrapondo sensações de contextualização e definição. O actual é apenas o passado, dado tal momento que passa e imprecisa o presente. O presente nem existe, é apenas uma designação para aquele momento que estamos a viver mais ou menos "agora", mas que nunca se ajusta a si mesmo, passa como um mero espectador da sua hipotética existência, perde-se nos meandros do passado. Afinal, o que é o "presente"? Um mero momento actual que se situa entre o que já foi vivido e o que não está escrito. Sim, eu tomo as minhas decisões, sabendo que no futuro me posso vir a arrepender delas ou não. Existirá um manjar dos "tempos" passado e futuro, onde o principal prato é um pouco de "presente"? Será que a festa resume-se a duas "coisas" que pouco peso têm no nosso abstracto pensamento? Quero pensar que sim, mas apenas me surgem mais questões sem resposta. Será esta uma delas?

Qual é a importância individual de cada um destes termos para as nossas decisões no "presente"? Mais uma questão, mas esta pretendo responder. Na mão esquerda tenho o "passado", algo que não posso redimir ou reviver, apenas revisitar nos meus mais abstractos pensamentos, procurando encontrar aquelas falhas que me impediram de concretizar seja o que for. Ou, em alternativa, tentando encontrar os meus motivos de sucesso. É este o seu objectivo, dar peso nas nossas decisões, acabando por afectar o "futuro". Passando para o simétrico, temos um "futuro" incerto, algo imprevisível e sem grande importância, uma vez que nem o podemos viver. Mas pesa igualmente nas nossas decisões. Porquê? Eu, pelo menos, reflicto sempre sobre as minhas decisões, utilizando experiências do "passado" para não sair por baixo no "futuro". Duas "forças" interligadas, inseparáveis, mas ao mesmo tempo, abstractas.

O tempo é simplesmente o que fazemos dele. É uma mera forma de contextualizar as memórias e as decisões num argumento bastante simples. Aliás, o tempo é o que fazemos dele, é uma "unidade" que, pelo que sabemos, até pode estar errada. Eu posso estar errado. A noção de Universo pode estar errada. A vida pode ser um erro. A morte pode não ser uma certeza. A continuidade é algo impossível de prever. O espaço continua em mutação. Olho para trás e vejo que já perdi "tempo" mais que suficiente, vou viver cada momento como se fosse o último. Será que estou a revisitar o passado, referindo de novo a "vivência do momento"?

"Viajar"

"Carpe Diem" e "tempo" foram os temas abordados anteriormente. Não, não vou cair na redundância e apostar numa metamorfose destes dois temas. Em vez disso, irei abordar um tema bastante interessante e que tem sido um dos principais da "humanidade" desde a sua "criação": Universo. Afinal, onde é que estamos? O que é o Universo? Porquê um Universo? O que podemos fazer no "nosso" Universo? Mais uma vez, as perguntas acumulam-se mas as respostas teimam em não aparecer. Será que este é o objectivo da vida? Lançar mais uma questão para um lago de pertinências e esperar que ela seja respondida? Não creio, mas as opiniões podem variar. Avançando.

Sempre me perguntei se seria possível observar o nosso passado de forma "simples", sem envolver "viagens no tempo", coisa que muitos nem acreditam ser possível. Assim, "encontrei" uma "solução simples". Primeiramente tenho de dar umas noções sobre um certo tema, os "Wormholes". Afinal, o que é isso? Simplificando ao máximo, é algo que supostamente nos permite conectar dois pontos no "Universo" por uma simples "porta". Imaginem uma folha de papel. Essa folha é o universo. Se a dobrarmos (sem vincar) os lados ficarão paralelos. O "Wormhole" permitira passar do "topo" para o "fundo" da folha de forma bastante rápida, como que "cortando caminho". Podem sempre ver a serie "Stargate Atlantis" para uma ideia um pouco mais simplificada dessas portas. Adiante.


Se conseguíssemos criar algo desta magnitude e viajássemos, por exemplo, para um local a, digamos, 4 anos-luz da terra, e apontássemos um telescópio potente o suficiente à terra, o que veríamos? Nós, 4 anos antes. Isto assumindo que a viagem por estas "portas" seria bastante rápida, até mesmo instantânea. Como a luz demora 4 anos a viajar para aquele local, poderíamos ver o passado. Mas nunca alterar o mesmo. Pena é que nada disto está provado ser possível, quanto mais perto de ser criado. E seriam precisas grandes quantidades de energia para alimentar algo deste género. Por isso...

No entanto, podemos observar as coisas num prisma diferente, assumindo que uma viagem no tempo é possível e que tudo o que referi atrás são simplesmente pensamentos sem coerência. Se eu assumir isto, posso concluir que apenas podemos viajar para trás no tempo. Porquê? A explicação é deveras simples. Vamos imaginar um barco a viajar num lago calmo. Não há ondas nem perturbações na água, apenas um barco. Quando o barco se move para a frente (futuro), deixa ondas para trás, e isso pode ser visto como o "passado". Ou seja, está a criar perturbações no tempo, mas apenas no que já "aconteceu", não no que "está para acontecer", ou seja, a frente do dito cujo. É uma explicação deveras "banal" para um problema tão "complexo", mas acho que dá para entender de forma bastante clara.


No entanto, e para não referir os problemas de "logística espacial" de uma viagem deste género, existe um grande senão: Paradoxos. Se o Universo tiver uma infinidade de realidades paralelas, e se por acaso eu voltasse atrás no tempo e fizesse com que os meus pais não se conhecessem, por exemplo, então quando voltasse ao meu "presente" estaria englobado numa realidade paralela, onde eu nem era nascido. Agora se o Universo for algo "linear" e "único", criar-se-ia um paradoxo que poderia comprometer a continuidade do espaço-tempo. Mas não me quero meter em coisas técnicas, ficaria aqui material para um livro. No entanto, criou-se um problema aqui neste texto. Depois de viajar para o passado e alterar a mínima coisa, criar-se-ia um "efeito borboleta". Se o futuro tinha alterado, como viajaríamos de "volta a casa"? Assumindo que não se pode viajar para o futuro... Pelo menos o desconhecido, pois se eu fosse para 1960 esse passaria a ser o "presente", e o "futuro" seria o nosso ano de 2010. Mas já seria conhecido, já estaria delineado.

Demasiados problemas.

Nota: Este texto é composto pela junção de 3 mini-textos que redigi para o meu blogue pessoal. Cliquem AQUI para dar uma vista de olhos.

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