Antes de começar, deixem-me só referir que o "Que diria Coppola" vai mudar um pouco, já que vou falar de tudo o que possa ter a ver com cinema, desde novos filmes a alguns mais antigos, notícias ou antevisões. Quero ainda deixar aqui o aviso que vou dar preferência a ciema Europeu que considere de qualidade em vez de cinema "comercial" - claramente americano. “A Vida Queima” será o próxima filme de Raquel Freire, uma das, na minha opinião, mais poéticas realizadoras do cinema português actual – o que, diga-se de passagem, hoje em dia não é nada difícil! O filme ainda está em pós-produção, e deve sair ainda este ano. Segundo ela me disse há uns dias atrás (uh, que amizade XD), este é o filme mais humilde e pessoal que ela alguma vez realizou; e não poderia ser mais evidente: conta a história de uma realizadora de 30 anos que vive com a filha, e que tem ainda o sonho de realizar um filme que irá mudar o Mundo! A excessividade da personagem leva-a a queimar-se, justificando assim o título “A Vida Queima”, anteriormente chamado de “Filme sem Câmara”. Raquel Freire disse numa entrevista, “Essa personagem foi criada com sangue, suor e lágrimas.” – o seu próprio sangue e suor, as suas próprias lágrimas! “É a mais confessional que escrevi até hoje. As semelhanças são óbvias.” Contudo, a realizadora acrescenta que o filme não é dela, mas sim “nosso”. Refere-se a toda a equipa que a ajudou a realizar o filme - como Ana Brandão ou Sara de Castro - , visto que foi feito sem ajudas financeiras. Pessoalmente, estou à espera de um excelente filme, bem ao gosto de Freire. A evolução da qualidade entre “Rasganço” e “Veneno Cura” é evidente, e dessa forma estou a contar com o melhor filme dela… talvez, seja até o tal filme que ela(s) – a personagem e a realizadora - aguardam tanto e que irá mudar o Mundo.