Olá a todos os nobres visitantes do Thoughts and Letters,

Depois de umas merecidas férias junto dos meus, cá estou eu para, novamente, vos deleitar com as minhas eloquentes que dissertações.

O tema de hoje - para não fugir à regra - será quente, muito quente. Falarei sobre mortes, ou melhor dizendo, sobre mortes de celebridades famosas. E de toda a sua hipocrisia evolvente.

Bom, começando.

Como todos sabem, a morte é inerente a qualquer ser vivo. Já diria a sábia Lili Caneças (not) que "estar vivo é o contrário de estar morto", pelo que todos teremos que enfrentar esse destino, mais ano menos ano, mais dia menos dia. É por isso que temos de fazer cada segundo da nossa vida valer a pena, embora eu ache isso uma completa utopia, pois haverá sempre tempos mortos - quite interesting, han? - e que não serão nada comparado com aquilo que fizemos. E por falar em fazer, deixem-me vos referir que o trabalho, o empenho, o legado é algo que nunca morre, por mais tempo que passe. True story.

Tendo todos estes pontos assentes, vamos começar pelo príncipio do meu point of view de hoje. Imaginemos que uma celebridade famosa, com talento e legado indiscutível, se bem que com uns escândalos em vida, morre inesperadamente. O que acontece depois disso? A hipocrisia toma conta de tudo o que é ser humano mesquinho e, se em vida esta pessoa era uma besta quadrada, uma treta, agora quando morre passa a Deus, a intocável, a "ai que eu era tão fã dele, era uma óptima pessoa e o seu legado viverá no meu coração para sempre".


Tenho para mim que a morte eleva um famoso a um patamar nunca antes experenciado em vida. Fazem-se homenagens pós-morte, tribute videos, biografias com o melhor, pessoas choram lágrimas de crocodilo... Enfim, toda uma panóplia que, se calhar, nunca se viu em vida. O que me deixa não só triste, como revoltado. Bullshit.

Dando exemplos concretos: o Michael Jackson. Faleceu à um ano, e desde então milhares - milhões? - de pessoas prestaram a sua homenagem, com citações e afins, mesmo não tendo ouvido a PORRA (peço desculpa pelos meus modos efusivos, mas este assunto transcende-me) de uma música do Rei da Pop em vida. E se esses mesmos o criticavam por causa da alegada pedofilia, quando ele faleceu tudo isso eram calúnias, ai de quem diga mal dele.


Outro: o senhor Saramago. Contestado por muitos acerca da sua religião, ou por alegadamente não pontuar devidamente os textos, ou até mesmo por preferir Espanha ao invés de Portugal, toda a sua vida fora estritamente controverso. Já falecido, o nosso Nobel é o maior para qualquer portuguesinho rasca... Pois claro! Será porque de certa forma isto está na moda?

E bem que poderia estar aqui a enumerar artistas e celeberidades nesses termos, mas tenho mais para fazer. O que mais me deixa triste são os verdadeiros fãs que sempre apoiaram e gostaram das ditas pessoas, e que agora se veêm misturados (e infelizmente) com um bando de mentecaptos sem um pingo de bom senso. É mau. Homenagens são em vida. Eu não irei apreciar uma pessoa com base em estar morta ou não. É rídiculo, tenho dito.


Até à próxima edição,

Cumprimentos.

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Anonymous Anónimo disse:
Olá

Por acaso, independentemente de tudo, tens alguma razão naquilo que escreves.

Muita gente é mais aclamada na morte do que em vida. Isso é um facto. Escritores, músicos, actores... Infelizmente é assim.

Todos nós sabemos. É uma pena que as pessoas tomem consciência de que aquele alguém que partiu afinal era genial, era único... Em Portugal isso é frequente... Mas não só...

É uma hipocrisia de facto. Eu tento sempre prestar homenagens àqueles que me inspiram e que ainda estão vivos. Aqueles que morreram e que ainda assim me inspiram serão sempre recordados por mim...

Mas também há outra "face" digamos. De certa maneira as pessoas ao fazerem isto estão a chamar a sua cabeça à razão... O velho "afinal..." entendes?

Mas concordo contigo.

Abraço :)
11 de agosto de 2010 às 20:32  
Anonymous Anónimo disse:
Por acaso até concordo contigo James...

Quando o Saramago morreu parti-me a rir quando uma jornalista foi entrevistar alguém a dizer que estava ali porque gostava de Saramago. "E qual o livro que mais gostou?" "Ah nunca li. Mas vou ler"

Pá, pronto...

Abraço
11 de agosto de 2010 às 22:33  
Blogger César Santos disse:
Boa noite,

Antes demais, deixa-me esclarecer aqui um ponto que me parece importante. És um tipo que até sabe escrever e tens a noção das linhas com que se elabora um texto.

Mas escrever é, de certa forma, mais uma forma de fazer arte. Óbvio que um texto de carácter informativo não será propriamente a forma mais artística de expressar o que sentimos, mas quando se trata de uma opinião devemos procurar inspiração dentro de nós mesmos e reflectir sobre aquilo que vamos escrever.

Desculpa-me a sinceridade, e não me leves a mal, mas este é um texto inócuo, sem qualquer tipo de sentido ou sentimento. Ok, percebe-se a tua ideia, mas o que escreves é tão óbvio que é difícil aceitar como é possível que o queiras partilhar com o resto do "mundo".

Quando escrevemos e partilhamos as nossas linhas, devemos também partilhar as nossas opiniões e, sobretudo, os nossos sentimentos. Afinal, arte trate-se disso mesmo. Partilhar sentimentos, seja de uma forma mais banal ou mais reboscada.

Um texto sem sentimento é a mesma coisa que um jantar sem sal. Pode alimentar, mas não tem qualquer sabor e não tem prazer algum.

Cumprimentos
14 de agosto de 2010 às 00:20  
Anonymous joao miguel disse:
Subscrevo na totalidade o comentário do César. Em adição a isso, e apesar de perceber o teu ponto de vista,nem concordo com ele na sua totalidade. Sim, há hipocrisia quando morre uma pessoa famosa, podia só fazer merda, mas é considerada um santo...Contudo, questiono-te, não se passa exactamente o mesmo quando morre uma pessoa, digamos que"anónima", sim, até podia ser um crápula mas por parte daqueles que vão ao funeral ninguém diz mal dela e todos a louvam como um exemplo, a única diferença é que, como não era tão conhecida, a hipocrisia não atinge níveis tão exorbitantes, mas acaba por ir tudo dar ao mesmo. Em suma, a hipocrisia aquando da morte de um sujeito é íntrinseco à natureza do ser humano e não só um facto verificável quando morre um famoso.

Cumprimentos.
14 de agosto de 2010 às 02:27  
Anonymous joao miguel disse:
Subscrevo na totalidade o comentário do César. Em adição a isso, e apesar de perceber o teu ponto de vista,nem concordo com ele na sua totalidade. Sim, há hipocrisia quando morre uma pessoa famosa, podia só fazer merda, mas é considerada um santo...Contudo, questiono-te, não se passa exactamente o mesmo quando morre uma pessoa, digamos que"anónima", sim, até podia ser um crápula mas por parte daqueles que vão ao funeral ninguém diz mal dela e todos a louvam como um exemplo, a única diferença é que, como não era tão conhecida, a hipocrisia não atinge níveis tão exorbitantes, mas acaba por ir tudo dar ao mesmo. Em suma, a hipocrisia aquando da morte de um sujeito é íntrinseco à natureza do ser humano e não só um facto verificável quando morre um famoso.

Cumprimentos.
14 de agosto de 2010 às 02:27  
Blogger Menaia disse:
Concordo contigo, de certa forma.

Quando as pessoas morrem - famosas ou não, e nesta parte até subscrevo o João Miguel - há tendência para lhes fazerem mais do que aquilo que foram em vida. Hipocrisia portanto. Isso deve-se ao facto de a morte ainda ser algo incerto, derradeiro, enfim. Então o ser humano foi habituado, talvez desde o princípio dos tempos, por assim dizer, a levar tudo isto com um enorme pesar e mágoa. É a forma de pensar que está tudo bem, que estão num sítio melhor, e para isso enaltecem a vida de quem já morreu. Pois essa é a parte que podemos contar.

Abraço.
14 de agosto de 2010 às 19:32