Por mais uma ocasião, entro no solene auditório do TaL numa tentativa de disseminação de tolerância e respeito pelo ideal do próximo, ainda que esse seja escandalosamente diferente do nosso.

Desta feita, apresento um texto que, pelas temáticas abordadas, certamente captará a atenção até do mais preguiçoso dos leitores, ou não me preparasse eu para palpitar sobre um cocktail explosivo que engloba a Igreja Católica, o Papado e sexo.

O tempo é breve, mas para o belo bitaite linear há sempre um minuto.

Ora, esclarecendo rapidamente a questão, aquando da vinda de Bento XVI a Portugal, ao que se assemelha, um conjunto de mentes iluminadas, lembrou-se de andar a oferecer, durante o seu discurso na capital, preservativos, numa acção que, certamente, agradou a todos os não crentes, tendo em conta o preço de uma simples caixinha vendida em qualquer farmácia.


Antes demais, duas coisas a realçar:

- Não sou seguidor da Igreja Católica;

- Não conheço a sua doutrina ao pormenor;

Independentemente destes dois factores, não posso deixar de criticar as acções deste movimento que se divertiu a distribuir camisinhas pela baixa Lisboeta. Cada um é livre de acreditar naquilo que bem entender. Eu tenho todo o direito a utilizar o preservativo ou qualquer outro tipo de método contraceptivo. Todavia, caso seja Católico Romano, tenho também todo o direito a não utilizar, respeitando assim, com base na minha fé, os ensinamentos do Senhor e da instituição.

Isto porquê?

Porque o compromisso que se assume ao tornar-se crente do Cristianismo na sua versão Católica Romana, tal como aquele que se assume ao se converter a qualquer outra religião (ou a aderir-se a outra coisa qualquer absolutamente distinta e em nada relacionada com a crença, ou falta dela, em algo transcendente) é total e não parcial.

Eu não posso olhar para a Bíblia e para os seus mandamentos e decidir assim quais os que são convenientes de acatar e de não acatar. Ao se abraçar algo, abraça-lo como um todo e não apenas o que mais jeito nos dá.

O que quero clamar isto? Simples, que não dou grande credibilidade a tais coisas como o “católico não praticante”, caso contrário, seriam certamente admissiveis conceitos tão improváveis como o do ginasta não praticante, sendo esse o sr. Zé ali do 2º esquerdo que, apesar de possuir um óptimo ginásio na garagem, nunca nele se exercitou, tendo por isso uma protuberante barriguinha de cerveja.

Em suma, ou se é cristão católico( e, consequentemente segue-se os ensinamentos da Igreja) ou não se é.

Ora, analisemos agora as declarações controversas da Igreja e do seu representante máximo, contra o uso do preservativo, tendo-se em conta, por exemplo, a preocupante e constragedora situação Africana naquilo que concerne ao número de infectados com vírus da SIDA.

Bom, o Igreja, apenas possui “mão” sobre os seus crentes e, ao falar, tem de defender e proclamar a sua doutrina esperando assim que os seus crentes a sigam, mas não impondo a ninguém, efectivamente, ser crente ou segui-la.

Ou seja, lá porque fosse facultar uma preciosa ajuda ao combate desse grave flagelo que é SIDA, ninguém pode recriminar a Igreja ou o Papa por ser contra a utilização do preservativo e defender o seu ponto de vista abertamente, uma vez que a instituição apenas se limita a apregoar a sua doutrina, cabendo a cada um decidir se a ouve e segue, ou não, numa escolha que é acima de tudo algo estritamente individual e que por ninguém deverá ser influenciado.

Pode-se alegar que tais ensinamentos estão ultrapassados e que é necessária uma interpretação actualista das palavras do Livro, isso sem dúvida. Agora, não se pode, ou pelo menos não se deve, ir para o meio de uma multidão de crentes oferecer preservativos, uma vez que a Igreja quando condena a sua utilização estende o seu discurso apenas aos seus crentes não sendo ninguém forçado a segui-lo ou sequer ouvi-lo, caso o considere anacrónico ou ultrapassado.

Agora, lá por sermos contra algo, isso não nos dá o direito de nos irmos enfiar no meio de quem tem uma linha de pensamento diferente com o único propósito de lhes impingir-mos aquilo em que acreditamos com a tipica arrogância de quem se julga munido de razão.

No fim de contas, é preciso tolerância. Acções desta natureza só deterioram a sociedade e a democracia.

Pode-se defender uma interpretação actualista da coisa. Pode-se não seguir a Igreja. Agora, o que não se pode, é partir para o meio daqueles que nela acreditam quando esses se encontram num momento demonstração de fé, numa tentativa palerma de impôr aquilo que, subjectivamente, julgamos ser o correcto, uma vez que, se formos a ver bem, tal tipo de atitude até é uma das mais duras criticas que tecemos à prestação da Igreja Católica ao longo da História (e que é uma critica que, de resto, essa não pode refutar): a sua intolerância a lidar com a diferença e tentativa ridicula de converter toda a sociedade aos seus dogmas.

p.s: Um blogue é acima de tudo um espaço de interacção entre os seus membros e os seus leitores, portanto, peço-vos mais uma vez que indiquem temas que gostariam de ver abordados aqui no TaL.

Cumprimentos.

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O quê? Já estamos a gravar? ups..
Olá pessoal!
É só para dizer para quando comentarem, não insultarem ninguém (a não ser que tenham razão :D), não fazer Pub., e principalmente não desiludir a vossa mãe, e ser bem-educado ;)
(Ou podes também fazer o contrário de tudo, mas arriscas-te a ver o teu comentário apagado! :D)
Vá agora deixa-te de merdas e comenta! ;)
Thanks!

Blogger armyofufs disse:
Olá, João ;)

Antes de mais, deixa-me parabenizar-te pelo facto de teres uma forte apetência para trazer à baila temas não muito discutidos (pelo menos no que diz respeito ao TaL) e provocatórios, que instigam ao debate de ideias antagónicas.
Quanto ao texto em si, devo dizer que aceito e compreendo a tua opinião acerca desta temática. No entanto, não vou deixar de tecer alguns reparos e considerações.

Em primeiro lugar, penso que é um erro redigires isto: "Todavia, caso seja Católico Romano, tenho também todo o direito a não utilizar, respeitando assim, com base na minha fé, os ensinamentos do Senhor e da instituição.". Um erro na medida em que, segundo percebi, ao incluíres no mesmo parágrafo a referência à utilização ou não de preservativos, consoante a ideologia capital de cada indivíduo, e o respeito pelos ensinamentos do "Senhor" e da "instituição", com "Senhor" estar-te-ás a referir ao Papa. Ora, penso que não erro ao dizer que até mesmo para os crentes não há outro "Senhor" (pelo menos redigido com maiúscula inicial) que não Deus. O Papa pode receber títulos como "Sua Santidade", "Sumo Pontífice", mas "Senhor" nunca será um título a, na terminologia religiosa, caber na pequenez, insignificância e imperfeição de um ser humano. Mas, enfim, esta é mais uma questão de semântica e um reparo mais acessório do que fundamental.

Em segundo lugar, sou teu dissidente absoluto quando opinas que os crentes deverás acatar incondicionalmente os ensinamentos da doutrina que escolheram para si. Por que raio é que, por exemplo, um católico não há-de poder olhar com "olho crítico" (passo a redundância) para o que lhe é transmitido no seio da instituição que "abraçou"? Ainda neste ponto, tenho a referir que penso que existe uma grande lacuna argumentativa quando procuras estabelecer uma analogia entre um católico dito "não praticante" e um suposto "não praticante" de uma actividade desportiva. Os dois tipos de actividade têm tão pouco em comum que deitam por terra essa tentativa de argumentação. Além disso, discordo novamente quando não atribuis credibilidade a católicos "não praticantes", embora gostaria que explanasses o que entendes por um indivíduo que predicas dessa maneira, uma vez que, a meu ver, o "não praticar" poder ser interpretado segundo vários prismas. Podes considerar que o "não praticante" é aquele que não vai à missa ou que não se digna a praticar qualquer ou algum dos sacramentos previstos pela instituição. Não obstante, eu posso considerar que isso é irrelevante e que se se dedicar efusivamente a fazer o Bem por outrém nada os invalidará de serem praticantes, uma vez que, aí sim, deixam a atitude ascética, muito comum, e "pragmatizam" os ensinamentos.

E, terceiro lugar, e não estando eu cônscio nesse aspecto, e caso mo possas elucidar, gostaria que me inteirasses da forma como decorreu a distribuição de preservativos, uma vez que tenho sérias dúvidas de que os intervenientes tenham procurado impingi-los a alguém. Duvido muito, por exemplo, que tenham obrigado alguém que não queria a manter o preservativo que lhe foi oferecido. E nesse caso, cabe a culpa aos "crentes", que foram quem foi permissivo o suficiente a essa ocorrência.

Antes de terminar o meu comentário, gostaria, igualmente, de te deixar uma palavra de apreço por, não obstante as nossas divergências, introduzires o texto com isto "Por mais uma ocasião, entro no solene auditório do TaL numa tentativa de disseminação de tolerância e respeito pelo ideal do próximo, ainda que esse seja escandalosamente diferente do nosso." e ao longo do mesmo procurares mediar exactamente esta ideologia, chegando ao ponto de aceitar a posição da Igreja face a uma problemática que, aos olhos da esmagadora maioria dos homens da ciência seria completamente abominável. É uma atitude muito nobre.

Um abraço, e fico a aguardar uma possível extensão da discussão. ;)
4 de agosto de 2010 às 12:12  
Anonymous joao miguel disse:
"Todavia, caso seja Católico Romano, tenho também todo o direito a não utilizar, respeitando assim, com base na minha fé, os ensinamentos do Senhor e da instituição."

Meu caro, a ideia da não utilização do preservativo, não é nada que o Papa ou a Igreja tenha inventado do ar...pelo contrário, é algo que essa tenta apregoar com base na Bíblia, daí que, a meu ver, seja um ensinamento de um Senhor, que tem, para qualquer católico, como seu maior representante o Papa e, portanto, deverá ser seguido, tendo ainda o crente, lá está, legitimidade para constestar tal interpretação das palavras do Livro.

"Além disso, discordo novamente quando não atribuis credibilidade a católicos "não praticantes", embora gostaria que explanasses o que entendes por um indivíduo que predicas dessa maneira,"

Esta é a parte mais simples. Sim, eu posso perfeitamente acreditar em algo transcente, eu posso acreditar em Deus e não ir à missa ou rezar, por exemplo. Em suma, eu posso ser um crente numa entidade superior não praticante. Agora, lá está, uma coisa é ser crente, outra é ser Católico, sendo que esta última posição implica aderir-se aos ensinamentos e ideologia da Igreja Católica Romana e, daí, que não vejo com grande credibilidade alguém que se apresenta como católico e, depois, mal sabe rezar. Repara eu não sou algo porque me afirmo como algo, mas sim porque o tento ser com base nas minhas acções e atitudes ao longo da vida.

Meu caro, quanto à acção da distribuição de preservativos, por favor, não passou de uma provocação infantil e é isso que eu recrimino, assim como recriminaria se um Padre ou beato qualquer decidisse num dia de uma campanha de apologia aos métodos contraceptivos fosse para o pé dessa apregoar que era pecado pinar utilizando preservativos. Não interessa se ofereceram se não ofereceram, interessa que o objectivo era pura e simplesmente provocar e clamar tacitamente: "nós temos a razão, nós estamos correctos, a instituição que vocês seguem é uma treta pegada", a meu ver, não é assim que se deve dar a aproximação entre diferentes ideais.

Cumprimentos e obrigado pelo teu comentário.
4 de agosto de 2010 às 14:04  
Blogger armyofufs disse:
Pronto, quanto ao facto de algum dos ensinamentos da Bíblia, segundo a interpretação papal, invalidar o recurso ao preservativo para os seus seguidores não me posso pronunciar, visto que nunca li o "livro sagrado" na totalidade, nem o pretendo num futuro próximo. Mas, pelo menos concordamos quando dizes que "tendo ainda o crente, lá está, legitimidade para contestar tal interpretação das palavras do Livro".

Quanto ao segundo ponto, relativo à problemática do praticante/não praticante, entendo plenamente a tua posição. Distingues entre cristão e católico, sendo que opinas que quem não participar das actividades previstas pela instituição (rezar, assistir à missa, comungar,...) não merece a predicação de "católico". Tudo bem, aceito, tem toda a validade e, no fundo, trata-se apenas de um "título" que, para quem se rege pelos ideais cristãos/católicos, não deveria passar de uma futilidade. O que importa é ter a consciência tranquila e não exigir simplesmente um rótulo. Agora, mantenho a questão: alguém que não vá à missa, não reze, não comungue...basicamente que não inclua na sua agenda essas práticas, mas que se esforce até não mais poder por fazer o Bem, não merecerá também ser denominado "católico", com base nos princípios que são pedra de toque para a doutrina difundida pela Igreja Católica Romana?

Relativamente à acção das pessoas que entregaram preservativos aquando a cerimónia religiosa, agora sim já percebi o que pretendias criticar. Sabes que após ter lido o teu texto fiquei com a ideia que criticavas o facto de terem impingido a entrega dos preservativos, mas de facto, TaLvez a conjuntura que escolheram para o fazer não foi a mais apropriada.
4 de agosto de 2010 às 15:05  
Blogger César Santos disse:
Boa tarde,

De facto, trazes à baila um excelente tema, que merece uma boa reflexão, no entanto, penso que a abordagem não é a mais apropriada, ou, pelo menos, pouco proveitosa.

Ou seja, a questão da Igreja Católica é, na minha opinião, absurda. O que a Igreja diz, seja ela católica, budista, islâmica ou outra coisa qualquer, não deve ter importância quando se fala de assuntos que nada têm de espirituais. Sim, tudo bem, o catolicismo afirma que a raça humana deve ter como principal objectivo a procriação e não deve haver qualquer obstáculo a esse fim e, a bem dizer, o preservativo é uma grande barreira, mas quando o assunto é saúde pública a doutrina de uma qualquer entidade religiosa vale tanto como um cheque sem cobertura.

O que está verdadeiramente em causa é a saúde pública e é isso que a população deve ter em mente e cabe às gerações mais recentes, nas quais nos incluímos, tomar uma nova atitude para evitar a propagação de doenças infecto-contagiosas. Por isso, acho ridículo que as pessoas se subjuguem aos diletantes delírios de uma instituição que há muito tempo mostrou que não soube adaptar-se aos novos tempos e não soube evoluir com a humanidade.

Não me interpretem mal, nada tenho contra qualquer tipo de crença religiosa, mas penso que quando este tipo de entidades se intromete e opina sobre assuntos que nada têm haver com a sua doutrina é prejudicial para os seus crentes. Acrescento até que invejo um pouco as pessoas que têm fé num qualquer tipo de crença, sobretudo porque nos maus momentos parece-me sempre um suporte e mais uma ajuda.

Quanto ao caso da suposta distribuição dos preservativos que de que agora falas, e sobre o qual não tinha conhecimento, devo dizer que essa não é a melhor forma de resolver certos problemas, mas, muito sinceramente, também não me parece um escândalo de todo o tamanho e é mais uma prova de que a Igreja católica já não possui a mesma influência e poder de há 100 anos atrás. Isso sim, agrada-me de sobremaneira.

Por fim, abstenho-me de comentar essa vossa dissertação sobre o catolicismo. Tenho uma opinião formada, contudo acho inútil discursar sobre isso. Há coisas mais importantes.

Ah, tal como disse aqui o Armyofufs é bom que alguém tente trazer ao blog assuntos pouco comentados e puco falados à praça pública.

Abraço
4 de agosto de 2010 às 18:40  
Anonymous Anónimo disse:
Subscrevo na TOTALIDADE o comentário aqui do César Santos!

Não me digas que tu vais ter sempre relações sexuais sem preservativo só porque a tua religião o diz... A base que está na tua religião... Isso é ridículo desculpa lá.

Já me pronunciei que baste sobre a Igreja Católica e sobre os seus ensinamentos e práticas. Sobre isso não vou perder mais o meu tempo.

Abraço João

Continua :)
4 de agosto de 2010 às 19:16  
Anonymous joão miguel disse:
"Agora, mantenho a questão: alguém que não vá à missa, não reze, não comungue...basicamente que não inclua na sua agenda essas práticas, mas que se esforce até não mais poder por fazer o Bem, não merecerá também ser denominado "católico", com base nos princípios que são pedra de toque para a doutrina difundida pela Igreja Católica Romana?"

Bom, sim, suponho que isso se enquadra nos supostos ideais da Igreja, mas repara...o amor e respeito pelo próximo também não se inserem, por exemplo, nas pedras basilares do budismo? Mas será que uma pessoa que pratique o bem, ajude o próximo e medite sobre as suas acções deve ser automaticamente denominado como budista?

Digamos que tais principios são apenas alguns dos preceitos da Igreja. Por exemplo, uma pessoa pode não seguir católica e, mesmo assim, entender que a vida humana é inviolável. Neste ponto levantas uma questão pertinente, pensando bem, até que ponto, mesmo vivendo num Estado laico, não nos encontramos sobre a influência de principios conectados com a religião, nomeadamente, em documentos tão importantes como a Constituição é apregoado o respeito pela dignidade humana e a inviolabilidade da vida humana e, por sua vez, não teria já a Igreja Católica ido buscar bases para tais conceitos à antiguidade clássica? Já agora, que levei a conversa para tais campos, gostaria de saber a tua opinião quanto à influência da Igreja na nossa denominada cultura ocidental.

Avançando...

"Ou seja, a questão da Igreja Católica é, na minha opinião, absurda. O que a Igreja diz, seja ela católica, budista, islâmica ou outra coisa qualquer, não deve ter importância quando se fala de assuntos que nada têm de espirituais. Sim, tudo bem, o catolicismo afirma que a raça humana deve ter como principal objectivo a procriação e não deve haver qualquer obstáculo a esse fim e, a bem dizer, o preservativo é uma grande barreira, mas quando o assunto é saúde pública a doutrina de uma qualquer entidade religiosa vale tanto como um cheque sem cobertura."

Caro César, antes demais, quero realçar que concordo inteiramente com o que tu dizes, na medida, em que estamos perante uma questão de saúde pública contra a qual têm de ser tomadas medidas...mas repara...com a tua argumentação cometes o tipico erro do não-crente ao abordar esta questão!

Repara tu próprio o disseste: "assuntos que nada têm de espirituais". Assuntos que em nada têm de espirituais para ti enquanto não crente, mas que em muito têm de espirituais quando a questão de saúde pública vs. devoto crente na igreja católica se ergue.

Sim, tu não segues a Igreja, a sida é um gravíssimo flagelo, é evidente que para ti a utilização do preservativo tem de ser motivada e tal questão prende-se exclusivamente com a saúde pública.

Agora, para um crente, o que está em jogo, para além da saúde pública, é também o seu lado espiritual que, enquanto seguidor da igreja, o incita a seguir os ensinamentos da mesma.

Compreendes onde eu quero chegar? Não podes pura e simplesmente, fiando-te apenas nos teus olhos de não crente, dizer que esta questão se prende exclusivamente com a saúde pública, uma vez que não é dessa forma que um seguidor da Igreja encara a questão.

Repara, eu não te peço que concordes, eu só te peço que tentes analisar a questão da perspectiva de um Crente e perceberás assim que, afinal, para eles, a questão prende-se a uma natureza principalmente espiritual e, como tal, nesse ponto, terei de discordar de ti quando dizes que a abordagem à questão da forma como foi feita foi inapropriada.

Quanto à questão dos ensinamentos da Igreja estarem ultrapassados...meu caro, isso dá pano para mangas e, portanto, entrar aí, só noutro texto;)

Cumprimentos
4 de agosto de 2010 às 19:55  
Blogger César Santos disse:
Meu caro João, respeito a tua opinião como qualquer outra, até porque estamos em democracia, e que mal seria para a sociedade se todos gostássemos de arroz de feijão.

No entanto, continuas a levar a questão para um local que não me interessa discutir. Não porque tenha receio dos teus argumentos ou das tuas ideias, mas sim porque acredito que essa não é a questão essencial.

Eu estou-me borrifando para os crentes e para os "não" crentes. O que a mim me interessa é a responsabilidade que cada um de nós tem, não só com a própria saúde, mas sobretudo com a dos outros.

Todos têm direito às suas cenças e eu repito, novamente, que nada tenho haver com isso. Não me aquece, nem me arrefece, é-me indiferente. Preocupante é uma instituição como a igreja católica não ter a capacidade de perceber e ajudar a perceber os seus seguidores da importância da mítica "borrachinha". Sim, é um obstáculo à procriação, mas o respeito pela saúde dos outros é um argumento bem mais forte.

Já agora eu sou religioso e sou praticante. Todos os domingos ou sábados lá estou a praticar a minha religião: O Portismo...

Abraço
4 de agosto de 2010 às 20:26  
Anonymous Anónimo disse:
Os dois últimos comentários foram removidos porque não eram comentários...

Peço desculpa ao João Miguel

James, por favor de ser coerente ou não entras na discussão...E vê se tens respeito pelos outros.



Abraço
4 de agosto de 2010 às 21:33