Depois de na passada quinta-feira ter publicado uma crónica especial 100 da República e depois de ter estado umas semanas sem escrever aqui para o Thoughts and Letters, regresso hoje, domingo, ao meu habitual espaço de opinião aqui no blogue.

Tema da semana: Protestos de uma igreja Baptista num funeral de um soldado gay

Há uns dias vi na TV que decorre nos EUA um mega-processo que põe frente-a-frente uma igreja, daquelas mais extremistas dos EUA, e o pai de um fuzileiro naval morto em 2006 no Iraque. O pai deste ex-soldado denunciou que no enterro de seu filho, ainda em 2006, pastores da Igreja Baptista levantaram cartazes com frases do tipo "Deus te odeia" e "tu estás no inferno". Os membros da Igreja Baptista Westboro, do Kansas, protestaram contra a possibilidade de gays assumidos integrarem o Exército. Este caso ficou famoso no país e tem sido interpretado como um exemplo da discussão sobre a liberdade de expressão nos EUA.


Albert Snyder, pai do ex-soldado, apelou à corte máxima do país dizendo que sua privacidade foi invadida e que os protestos foram abusivos.

Um tribunal de menor instância já tinha emitido uma sentença favorável ao pai do ex-soldado, sob a qual a igreja teria que pagar 5 milhões de dólares em danos por invasão de privacidade e danos emocionais.
A Igreja Baptista entretanto recorreu e o caso foi levado à "Supreme Court" (tipo o Supremo Tribunal de Justiça em Portugal).

O caso tem motivado um intenso debate sobre os limites da liberdade de expressão nos EUA.

Steven Shapiro, da União Americana das Liberdades Civis, defende a posição da igreja. "A Primeira Emenda foi criada para proteger discursos não populares", diz.

Grupos de veteranos de guerra, no entanto, defendem Snyder.

O advogado de Snyder, Sean Summers, diz que o pai do ex-soldado tinha o direito de enterrar seu filho com privacidade e de forma digna, livre de qualquer assédio ou distúrbio.


Existe dentro da sociedade americana uma fatia que realmente representa tudo o que há de mais retrógrado! Que falta de humanidade cometer esse acto tão sórdido diante da imensa dor de uma família que perdeu uma pessoa querida. E o pior é saber que se não fossem esses idiotas nacionalistas e intolerantes, provavelmente estas guerras estúpidas não teriam acontecido e o rapaz ainda estaria vivo!
Agora a questão é que a liberdade de um começa quando acaba a do outro! Esta Igreja tem todo o direito de se manifestar contra a admissão de homossexuais no exército mas se calhar não foi o momento certo para o fazer. A situação é complica e sensível.
Não faço ideia qual será a decisão do Supremo Tribunal norte-americano mas sem dúvida que será uma das decisões mais difíceis que terá de tomar porque mexe com a liberdade de expressão e com o direito à privacidade...

E vocês o que acham deste caso?

Até para a semana.
Um abraço,

Guakjas

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